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‘Se não exaltarmos nossas conquistas, quem fará isso por nós?’, diz Ireuda Silva no Novembro Negro

  • 7 de novembro de 2022

No início do Novembro Negro, a vereadora de Salvador Ireuda Silva (Republicanos) fez questão de enaltecer as vitórias conquistadas por homens e mulheres negros nas últimas décadas. A republicana lembra que incontáveis profissionais, políticos e ativistas deram contribuições valiosas para o progresso da sociedade e não podem ser vitimados pelo esquecimento promovido pelo racismo estrutural. A História costuma privilegiar os nomes de pessoas brancas.

“Se não exaltarmos nossas conquistas, quem fará isso por nós? Desde o período escravista neste país, mulheres e homens negros já se destacavam pela atividade relevante que exerciam. O poeta baiano Luiz Gama, vendido como escravizado quando criança; Maria Felipa, na luta contra a opressão portuguesa; a escritora Carolina Maria de Jesus, que só agora está sendo resgatada, décadas depois; Maria Firmina dos Reis, também escritora e por muito tempo ignorada; o professor Teodoro Sampaio, que viveu no século XIX; André Rebouças, engenheiro e ativista político que viveu à época da escravidão… Enfim, tem esses e muitos outros que lutaram contra o racismo e abriram caminho para que, hoje, tivéssemos mais oportunidades”, menciona Ireuda.

“A estratégia da discriminação racial é apagar da memória da sociedade eventos e nomes ligados a pessoas negras, de modo a perpetuar um sistema excludente, em que a exclusão é baseada na cor da pele. Esse apagamento é uma maneira perversa de reduzir a importância dos negros”, completa.

A vereadora avalia que os espaços conquistados pelas pessoas negras são motivo de orgulho. “Estamos na política, em altos cargos de grandes empresas, na arte, nos governos, parlamentos, em praticamente todos os setores. Precisamos valorizar e nos empenhar para ampliar esses espaços, pois nada disso veio sem luta, sem suor e sangue derramado nos últimos 300 anos”, opina.

No entanto, Ireuda alerta que o racismo se mantém forte e continua tentando impedir a consolidação de direitos. Segundo o Ministério dos Direitos Humanos, no ano passado houve um crescimento de mais de 100% no número de denúncias de injúria racial. “Os casos se disseminam todos os dias na imprensa e nas redes sociais, geralmente tendo o preto pobre como principal vítima. Além disso, por mais absurdo que pareça, ainda há milhares de pessoas trabalhando em regime análogo à escravidão, sem salário, direitos e sofrendo todos os tipos de humilhações, ameaça e violência. São dois Brasis guerreando entre si: o Brasil do passado e o Brasil do presente. E a pergunta que devemos nos fazer é: a qual deles queremos pertencer?”, questiona.