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“Aumento do número de advogados negros em escritórios é um avanço, mas justiça social ainda está distante”, diz Ireuda.

  • 25 de abril de 2023

A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e vice da Comissão de Reparação, vereadora Ireuda Silva (Republicanos), disse no dia 24 de abril, que o aumento do número de advogados negros em escritórios é resultado de décadas de luta contra o racismo, que se refletiu em uma pequena mudança de perspectiva por parte do mercado de trabalho e da sociedade. No entanto, a republicana ressaltou que o avanço ainda é mínimo para se falar em justiça social e igualdade.

Segundo pesquisa do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert) com a Aliança Jurídica pela Equidade Racial, a presença de advogados negros em grandes escritórios passou de 1% para 11%, entre 2019 e 2022, apenas em São Paulo. “Considerando que esse contingente era quase inexistente, houve um acréscimo significativo em três anos. No entanto, para um país majoritariamente negro e que tem uma dívida histórica por causa da escravidão, esse número ainda é insignificante para a tão almejada justiça social”, disse Ireuda.

A republicana, porém, mostrou-se otimista. Na sua avaliação, nunca se falou tanto sobre reparação e igualdade racial, fato que tem pressionado por novas conquistas. “Se esse debate continuar firme, consistente e mantendo a seriedade e o compromisso com a construção de uma sociedade mais igualitária, novos avanços estarão por vir, não só na advocacia, mas em todas as áreas. O combate ao racismo, incluindo o racismo estrutural, passa pela educação, que é a arma mais eficaz para dissolver o preconceito inerente à nossa cultura”, pontua Ireuda.

A parlamentar também aponta que a realização de outras pesquisas para mensurar o número de profissionais negros nos principais setores da economia é fundamental. “Esses dados servirão como um raio-x da economia brasileira, podendo servir de base para políticas públicas de reparação e combate ao racismo. O Brasil tem uma dívida histórica com esse contingente que foi explorado por séculos e depois descartado à própria sorte”, lembra.

Texto e foto: Ascom Ireuda Silva.
Edição: Republicanos Bahia.