Vice-presidente da Comissão de Reparação e presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara Municipal de Salvador, vereadora Ireuda Silva (Republicanos), disse no dia 13 de maio, que a assinatura da Lei Áurea nesta data, em 1888, foi um marco na história do Brasil ao oficializar o fim da escravidão. A republicana diz que, 134 anos depois, houve muitos avanços, mas que a liberdade continua a ser construída todos os dias desde então.
“A assinatura da Lei Áurea não representou a inclusão dos libertos na sociedade, muito menos o fim do racismo e a conquista de direitos fundamentais. Foi muito mais uma formalidade legal, que demorou muito tempo para ser colocada em prática. Hoje, nossa realidade já é bem diferente, com diversos avanços, mas não é o suficiente. A liberdade ainda não é plena, está sendo construída a cada dia”, diz Ireuda.
Ireuda comemora o fato de haver muitas pessoas negras, incluindo mulheres, ocupando cada vez mais espaços, à frente de cargos importantes e dirigindo empreendimentos. Mas lamenta que um número considerável é encontrado em situação análoga à escravidão, como a doméstica Madalena Santiago da Silva, que viveu 50 de seus 60 anos trabalhando para uma família branca em Lauro de Freitas sem receber salário. Além disso, em 2019, os negros representaram 77% das vítimas de homicídios no Brasil, correndo um risco 2,6 vezes maior ao de uma pessoa não negra.
“A mentalidade do brasileiro ainda é muito racista, trazendo fortes resquícios do período escravista. 134 não foram suficientes para eliminar o fantasma de um sistema que durou mais de 300 anos”, acrescenta a parlamentar.
Texto e foto: Ascom da vereadora Ireuda Silva.
Edição: Republicanos Bahia.
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