Por iniciativa do deputado federal Márcio Marinho, na tarde do dia oito de novembro, a Subcomissão Especial dos Esportes Eletrônicos, da Comissão do Esporte (CESPO) foi palco de uma audiência pública para discutir a indústria dos games no Brasil, com o objetivo de debater o crescimento, relevância e legislação dos esportes eletrônicos no país.
De acordo com pesquisa realizada pela Game Brasil 2023, os esportes eletrônicos têm se tornado um dos ecossistemas mais relevantes para o consumo de games, com um conhecimento expressivo de 82,9% entre os jogadores. Além disso, quase metade dos jogadores brasileiros (48,8%) praticam esportes eletrônicos, sendo os jogos de futebol os mais populares (81,4%), seguidos por Battle Royale (69,6%) e jogos de luta (61,3%).
Apesar do crescimento natural do e-sports, a modalidade ainda é vista com preconceito e não recebe o incentivo necessário . O que para o preponente da audiência é um erro, tendo em vista todo potencial do mercado.
“Com essa revolução tecnológica, acharmos que apenas os esportes analógicos são esportes, estamos nos fechando para o mundo e perdendo todo espaço, toda a condição de sermos protagonistas, gerando emprego e renda. É preciso ter um avanço de pensamento, de maturidade e de entendimento. Esse segmento é promissor para o desenvolvimento social e econômico do nosso país”, disse Marinho.
Na opinião do juiz do trabalho, Ricardo Miguel, há uma necessidade de legislação para que os esportes eletrônicos reúna as características obrigatórias para se enquadrar dentro da lei geral do esporte.
“Teoricamente não seria necessário uma legislação, porque não é assim com o futebol, mas quando reconhecermos essa modalidade, derrubaremos preconceitos”, explicou.
Para Raquel Gontijo, gerente da Associação de Desenvolvedores de Jogos Digitais, é necessário ter um marco legal que possibilite a produção desses jogos, com qualidade, para exportar e assim robustecer o sistema de esportes eletrônicos em todo o mundo.
O presidente da Associação de Desenvolvedores Digitais do Rio de Janeiro, Márcio Filho, contou sobre sua trajetória no e-sports. “Há 20 anos eu realizava competições de forma amadora e com o passar do tempo passei a construir jogos. Será que não cabe ao Brasil um papel de destaque nesse mercado. Será que somos capazes de jogar, mas não de produzir. De participarmos de competições, mas não de sediar competições”, indagou.
Em meio à discussão calorosa da audiência, o representante do Ministério do Esporte, o secretário Paulo Henrique Cordeiro anunciou que a pasta criará uma secretaria nacional para tratar do E-sports. “A legalização dos esportes eletrônicos virá naturalmente . Não temos como não reconhecer como modalidade esportiva”, afirmou.
Também participaram da audiência o deputado federal Icaro de Valmir PL/SE e o deputado estadual de Santa Catarina Fernando Krelling.
Texto: Ascom Márcio Marinho
Foto: Socorro Araújo
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