No Dia Nacional de Luta Contra a Violência à Mulher, celebrado neste 10 de outubro, a vereadora Ireuda Silva (Republicanos), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, fez um alerta sobre o avanço dos casos de agressão no Brasil e destacou a importância de fortalecer as redes de proteção às vítimas. A data marca a mobilização nacional contra diferentes formas de violência de gênero — física, psicológica, sexual, patrimonial e moral.
Segundo levantamento da Rede de Observatórios da Segurança, a Bahia teve um aumento de 58% nos casos de violência contra mulheres em 2022. O estado também lidera no Nordeste em número de feminicídios, com 91 casos registrados naquele ano. No país, foram mais de 275 mil notificações de agressão contra mulheres em 2023, de acordo com dados do Ministério da Justiça.
“Esses números são rostos, histórias, vidas interrompidas ou profundamente marcadas pela violência. Não podemos tratar isso como algo comum ou naturalizado. Cada dado representa uma mulher que poderia estar segura, mas não está”, afirmou Ireuda.
A parlamentar também ressaltou que, embora o Brasil tenha avançado na legislação de proteção — como a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio — ainda há lacunas na execução dessas políticas. “A lei existe, mas muitas vezes a vítima não encontra uma delegacia especializada funcionando, não tem acesso rápido a medidas protetivas ou enfrenta preconceito e burocracia. Isso precisa mudar com urgência”, disse.
Ireuda lembrou ainda que as mulheres negras são as maiores vítimas da violência doméstica no país, sofrendo de forma mais intensa as desigualdades de gênero e raça. “Quando falamos de violência contra a mulher, precisamos reconhecer que ela tem cor. A mulher negra está mais exposta, mais vulnerável e tem menos acesso à rede de proteção. Combater essa violência também é combater o racismo estrutural”, destacou.
Como parte do enfrentamento ao problema, a vereadora citou iniciativas de sua atuação em Salvador, como o SIMM Mulher, que oferece capacitação e inserção no mercado de trabalho, e a Patrulha Guardiã Maria da Penha, projeto que ajudou a implantar no município. “Quando damos autonomia econômica e proteção real às mulheres, salvamos vidas”, afirmou.
Ireuda também defendeu a ampliação de campanhas educativas para conscientizar a população desde cedo. “A violência contra a mulher não é um problema das mulheres. É um problema da sociedade inteira. Se os homens, escolas, igrejas, empresas e governos não se engajarem, não haverá mudança estrutural”, declarou.
Ao final, a vereadora reforçou que a data deve ser mais do que simbólica: “Enquanto houver silêncio, a violência continuará a vencer. Precisamos falar, denunciar, proteger e transformar. Esse é o nosso compromisso.”
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