A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e vice da Comissão de Reparação, vereadora Ireuda Silva (Republicanos), participou nesta quinta-feira (27), em Brasília, do Seminário Nacional de Trancistas, promovido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que oficializa a ocupação de trançar cabelos e celebra a ancestralidade e resistência de mulheres negras em todo o país.
O seminário marca um avanço histórico para uma atividade exercida majoritariamente por mulheres negras e baseada em saberes de matriz africana. A criação do código 5199-45 na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) é resultado de mobilização nacional de trancistas, organizações do movimento negro, especialistas e áreas técnicas do MTE.
Durante sua fala, Ireuda destacou a luta das trancistas e a importância do reconhecimento institucional. “Nós existimos, nós resistimos. O número 5161 é nosso. Somos mulheres que trabalham em média 10, 12 horas e agora somos visíveis. Hoje representamos a nossa cultura, a estética e a beleza afro-brasileira. A nossa ancestralidade finalmente ganha o espaço que merece”, afirmou Ireuda.
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, abriu o seminário reforçando a relevância da formalização da ocupação e o papel das trancistas como protagonistas de sua própria história:
“A resistência de vocês foi essencial para que esta conquista acontecesse. Ter a CBO é um passo fundamental, mas não é o único. Precisamos continuar construindo caminhos para garantir saúde, crédito e orientação profissional às trancistas”, disse Marinho, destacando ainda a importância de políticas públicas inclusivas e do fortalecimento do SINE e das parcerias com estados e municípios.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, enfatizou o impacto do reconhecimento da profissão na vida das mulheres negras. “Estar aqui hoje é reconhecer não só o trabalho de vocês, mas também a luta e a causa que representam. A invisibilidade ainda acompanha muitas mulheres negras, e este registro é um passo para transformar essa realidade”, afirmou, lembrando ainda a participação das trancistas na recente Marcha das Mulheres Negras e a importância de políticas humanizadas do governo federal.
Anatalina Lourenço, chefe da Assessoria de Participação Social e Diversidade do MTE, ressaltou o papel do seminário como espaço de diálogo e construção coletiva. “O Seminário Nacional de Trancistas é mais do que celebrar uma conquista. É abrir espaço para que todas e todos possam contribuir com políticas que valorizem saberes ancestrais e promovam dignidade no trabalho”, disse ela.
A deputada federal Rogéria Santos também participou do evento e destacou a importância da união das mulheres na conquista do reconhecimento. “Hoje é um momento lindo, onde paramos tudo dentro de um ministério e dizemos aos ministros e autoridades: as mulheres pretas trancistas estão aqui, com pesquisa, organização e força. Este é um marco histórico e um legado que entra para a história do país”, disse.
O seminário contou ainda com a presença de representantes de organizações sociais e de trancistas de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Bahia. Durante o evento, foram debatidos avanços da formalização da ocupação, condições de trabalho, saúde profissional e acesso a crédito, reforçando a importância de políticas públicas inclusivas, do empreendedorismo feminino e negro e do fortalecimento da economia solidária no setor.
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